Confesso que sou o tipo de pessoa que leva à sério o lema de Silvio Santo “eu só acredito, vendo”. Quando colegas da imprensa elogiam ou criticam demais um carro, eu só levo à sério no momento em que posso finalmente dirigir o carro. E quando vi gente demais no mundo todo elogiando o Hyundai Ioniq 5, me questionei.
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Afinal, ele é verdadeiramente tudo isso que a imprensa gringa diz? E nos primeiros quilômetros à bordo dele, já pude perceber que sim, não era exagero. A expectativa quanto a ele era alta, afinal, além dos elogios, ele compartilha plataforma e diversos componentes com o Kia EV5, o qual já havia me surpreendido.
Há algo curioso nos carros elétricos da Hyundai e da Kia. É difícil de compreender explicar, mas eles têm alma como modelos a combustão. Algo difícil de passar a um carro elétrico que é, em geral, rápido e ponto final. Essa mesma genética só vi até hoje nos BMW elétricos e no Porsche Taycan.
Grande, eu?
Classificado em alguns lugares como crossover ou até como SUV, aqui no Brasil a Hyundai não esconde o que ele é verdadeiramente: um hatch grande. É algo que não temos no mundo desde os tempos de Renault Vel Satis e Opel Signum. Afinal, quem dera, o Hyundai Ioniq 5 consegue ser maior que um Creta em várias medidas.
São 4,65m m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,62 m de altura e impressionantes 3 m de entre-eixos. Todo esse tamanho avantajado é empurrado por um conjunto elétrico com dois motores, um na dianteira e outro na traseira. Juntos, eles rendem 325 cv e 61,2 kgfm de torque. A autonomia é de 374 km, segundo o INMETRO.
Como resultado, segundo a Hyundai, o Ioniq 5 chega aos 100 km/h em 5,3 segundos. E ele é muito ágil. Na maior parte do tempo, o motor traseiro é o que empurra o carro, garantindo aquela tocada mais esportiva típica de um carro alemão. Quando há necessidade, o eixo dianteiro começa a tracionar.
Só que isso tudo é feito sem que o motorista perceba, mantendo o Ioniq estável o tempo todo. Quer seja em curvas, quer seja em acelerações fortes ou em velocidade constante. Aliás, andar rápido com ele não é somente fácil como também prazeroso.
Como ele tem muito chão, graças ao conjunto de baterias instalado na parte inferior da carroceria, a estabilidade é garantida. Nas curvas, a direção bem calibrada e esportiva deixam a brincadeira mais interessante. Ao acionar o modo Sport, ele até dá leves, mas controladas, traseiradas.
Poltrona de primeira classe
O interior do Hyundai Ioniq 5 não chega ao nível de sofisticação e requinte que rivais de Audi, BMW e Mercedes-Benz têm, contudo, traz seus truques. Afinal, por R$ 394.990, é preciso ter algo que o destaque. O exemplo maior está nos bancos dianteiros, que contam com regulagem elétrica diferenciada.
Além dos ajustes padrão, eles contam com um modo que inclina o assento e o encosto para dar uma experiencia de um divã, com direito a apoio para a panturrilha. Como o Ioniq traz teto solar panorâmico, dá para ficar admirando as estrelas à bordo do modelo. Quem senta na frente ainda tem ventilação ou aquecimento nos bancos.
Já os passageiros traseiros podem apenas esquentar seus traseiros, mas contam com uma vastidão de espaço. Mesmo com um motorista alto, como eu que tenho 1,87 m de altura, um passageiro de estatura igual consegue se sentar confortavelmente ali a ponto de cruzar as pernas.
O revestimento do couro usado nos bancos, portas e volante é de qualidade. Mas particularmente me incomoda a falta do logotipo da Hyundai no centro do volante, sendo substituído por quatro quadrados totalmente aleatórios. O painel é digital com layout igual ao do Creta e igualmente lotado de recursos.
Já a central multimídia conta com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, tendo tela de excelente qualidade, além de ser rápida e intuitiva. As câmeras presentes do sistema 360º também tem qualidade acima da média.
Veredicto
O Hyundai Ioniq 5 entrega bom desempenho, diversão ao volante, um belo visual retrô, espaço de sobra e um interior bem montado. Se há algum ponto negativo neste carro é somente o preço alto para um Hyundai e que esbarra em marcas de luxo como BMW e Volvo que vendem elétricos igualmente competentes.
Se o Ioniq 5 é um vislumbre do futuro da Hyundai no mundo, Mal espero para ver o que a marca será capaz de fazer com o HB20. E ah, gringos…vocês estavam certos.
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